A BRINCADEIRA COMO UM EXERCÍCIO Á IMAGEM DE DEUS
Ao passar por diferentes culturas e pelo menos seis países junto ao TeachBeyond em missões de curta duração, não pude deixar de buscar paralelos, semelhanças e diferenças entre as localidades, percebendo a forma como interagíamos e estabelecíamos contato com diferentes línguas, culturas e gentes.
Curiosamente, em todas essas experiências estive envolvido na área de criação e aplicação de atividades recreativas, o que me levou a notar um aspecto comum dentro de tanta diversidade: o lugar que a brincadeira ocupa na vida do ser humano.
A brincadeira exerce um papel central na experiência da criança não só porque a infância se desenvolve através da mesma, mas porque também esboça algum aspecto de plenitude e cumprimento de propósito no brincar.
Certa vez ouvi: “ O Reino de Deus é quando as coisas acontecem do jeito que foram criadas pra ser” — ou seja, assim como um pássaro que canta ou uma lontra que nada, uma criança que brinca com gosto pode expressar muito da sacralidade e simplicidade do Próprio Deus.
Por estar tão imbricada com a experiência do que é ser humano, e levando em conta o fato de que todo adulto já foi criança, pude, em primeiro lugar, notar a incrível ferramenta de conexão suprageracional e supracultural possibilitada pelo ato de brincar. Quando se brinca junto, é possível falar uma língua que vai além da língua; superar barreiras — porque aponta pra uma outra barreira a ser superada juntos, como achar um tesouro, criar um castelo ou “fugir de um dragão”; criar laços — porque provoca a superação comunitária e tira o enfoque do eu para a construção brincante que está sendo formada.
E neste sentido, a brincadeira bem conduzida ara a terra dos relacionamentos clarificando com maestria para as partes o fato de que: “bom, realmente, temos algo em comum!”
Uma segunda realidade muito profunda está relacionada à uma qualidade admirável das crianças, que inclusive dá título a este artigo. Antes das convenções ou linhas rígidas de como devem pensar e agir, as crianças tendem a uma criatividade estonteante. Justamente por não estarem presas a tantos paradigmas, elas, por vezes de forma surpreendente, nos mostram construções lógicas por perspectivas que não teríamos.
Um dos motivos é que seu aparato de aprendizagem ainda não está pronto para esse tipo de sistematização; outro é sua capacidade de recombinar elementos de uma forma despreocupada em um espaço imaginativo livre de julgamentos. A partir desta segunda menção é que gostaria de fazer uma provocação:
Para além das demandas adultas, das suas responsabilidades e de seu checklist espiritual, você tem tempo pra brincar um pouco com aquilo que orbita seu coração, mente e a fé?
Não quero dizer que é possível “brincar com a fé”, dando a entender irresponsabilidade ou mero entretenimento. Quero trazer o leitor para a essência da brincadeira: a capacidade de relacionar elementos que aparentemente não se conectam e fazê-lo com um propósito, embora sem o peso de uma tarefa.
Pensar na sacralidade das nossas relações significa pensar na simplicidade e verdade que elas também apresentam. Deus também nos criou assim, para ter prazer no Seu jardim e prazer uns nos outros, expressando o louvor e a gratidão sinceros em sermos criados à imagem dEle, a ponto de sermos livres para encontrar a graça espalhada por aí.
Quanto do seu dia a dia maduro é ocupado com brincadeiras saudáveis?
Por Lucca Aurich, egresso de 2019, pedagogo em formação e apaixonado por crianças.
*O conteúdo deste texto é de responsabilidade de seu(s) autor(es) e colaboradores diretos e não reflete necessariamente a posição do TeachBeyond Brasil ou de sua equipe ministerial.
A comunicação em ambientes interdenominacionais
Reflexões sobre como a comunicação pode ser usada para promover o Reino de Deus em uma organização interdenominacional, mantendo a ética e a integridade.
Histórias de um missionário brasileiro na Sérvia
Entrevista com André Marotto revela sua jornada missionária, desafios culturais e a importância da comunicação e adaptação no trabalho transcultural.
Educação Cristã e Transformação Social
Educação cristã serve como uma presença fiel no mundo, promovendo transformações sociais e apontando para a redenção plena que Cristo trará.
Missões no Uruguai com a família Santos
Uma ótima entrevista com os missionários da Família Santos(Creuse Santos, Arite, Noah e Manuela)
No mundo tereis haters
Ser alvo de críticas é inevitável, mas nossa resposta como cristãos deve ser ancorada na verdade e no bom procedimento, confiando em Deus para a glória final.