A comunicação dentro de instituições interdenominacionais

Fé e trabalho

A sociedade contemporânea traz consigo muitas discussões a respeito da importância do trabalho para a vida cotidiana, mas o ser humano tem dificuldade de conciliar todos os âmbitos da vida comum desde seus primórdios. Para o cristão não é diferente. É fácil para o homem tentar organizar os aspectos da vida em caixas ou compartimentos, inclusive em relação à sua espiritualidade. Dessa forma, pensamentos modernos como o dualismo ganham força na mente de cristãos, que entendem que se algo não é estritamente sagrado, é profano. Essa ideia também permeia o âmbito profissional, que distingue profissões segundo a sua dedicação aparente ao Senhor, como se o pastor ou o padre executassem trabalhos sagrados, enquanto os outros trabalhadores tivessem ocupações profanas/seculares e, de certo modo, até inferiores por essa mesma razão.

No entanto, quando Deus criou o homem, fez com que ele tivesse uma ocupação: cuidar e cultivar o jardim (Gênesis 1.28; 2.15). Ao ter que nomear os animais e cuidar de tudo no Éden, Adão trabalhava e o fazia de maneira plena, como era o propósito de Deus. O próprio Deus mostrou na criação o Seu trabalho perfeito. Portanto, não deveria haver uma dicotomia entre o trabalho manual/intelectual e o espiritual, já que o trabalho que Adão fazia era do agrado de Deus.

Porém, com a queda, a visão do homem acerca do trabalho foi distorcida, como tudo na criação. O homem não mais faria o seu trabalho perfeito e sem sofrimento, mas deveria lutar para conseguir sustento e não seria um cultivo simples (Gênesis 3.17–19). Além disso, com a entrada do pecado no mundo, a negligência e a idolatria ao trabalho também se tornam realidades e dificuldades em si mesmas para a execução laboral. O ser humano agora não teria uma relação harmoniosa com a sua ocupação, já que todos os relacionamentos foram afetados com a queda, inclusive a relação do homem com a natureza criada, que seria a sua fonte de sustento.

Por muito tempo essa foi a única forma conhecida de realizar um trabalho, mas o Senhor chamou um povo e deu ordens a este que, mesmo com as dificuldades, efetuasse o seu trabalho com excelência e dentro de suas normas. Apesar disso, o ser humano ainda não conseguia desvencilhar-se do pecado sozinho. Quando Cristo veio e, pela graça de Deus Pai, reconciliou todos os pecadores que, mediante a fé, creem que Jesus é o Filho de Deus que morreu e ressuscitou em nosso lugar, Ele o fez para reconciliar também o nosso relacionamento com a criação e, consequentemente, com a nossa ocupação. Ao salvar e separar os Seus, Cristo também começa uma obra redentora que perdurará durante toda a vida terrena, a santificação, para nos ensinar a vivermos longe do domínio do pecado em todas as áreas da nossa vida. Diante disso, devemos ter em mente que Cristo nos chama a termos uma mudança de mentalidade sobre o senhorio dEle em todos os aspectos da nossa vida, inclusive no trabalho.

MANDATO CULTURAL

Muitos pensam que o trabalho entrou no mundo depois da queda, como uma maldição imposta por consequência do pecado. Mas a verdade é que, ainda na criação, Deus mandou o ser humano cuidar e cultivar a terra, procriar e multiplicar-se (Gênesis 2.15). A palavra “cultivar” vem do latim e significa “preparar e cuidar da terra para que produza; aplicar-se ao desenvolvimento de; dedicar-se a; desenvolver-se; aperfeiçoar-se.” (DICIONÁRIO PRIBERAM DA LÍNGUA PORTUGUESA [online]).

Nesse sentido, quando o Senhor cria o homem e lhe dá essa ordem, Deus quer que ele desenvolva a criação através da sua capacidade física e intelectual. Não somente cultivo como relacionado à agricultura, mas também na dedicação ao trabalho e desenvolvimento de tecnologia para o seu aprimoramento (SCHUURMAN, 2016, p.14).

Além disso, criar cultura também é parte desse mandato, mostrando que a terra criada é o local de habitação humana e que o homem deveria ter liberdade para desenvolver costumes e práticas que estivessem de acordo com a vontade de Deus, mas que pudessem expressar a experiência humana com esse Deus e com a Sua criação. Dessa forma, toda forma de relação entre o homem e a natureza demonstra uma obediência intrínseca a essa ordem, seja por meio das artes, das culturas ou do trabalho (DULCI, 2021, p. 75).

É importante notar que o Senhor cria o homem à Sua imagem e semelhança (Gênesis 1.26,27). Isso significa que, ao soprar o fôlego de vida em suas narinas, Deus também partilhou características Suas com a humanidade. Geralmente esse versículo é usado para defender questões raciais ou de inclusão e respeito de todos os povos e etnias, mas Grudem (1999, p. 136) nos traz uma abordagem mais interna, de que Deus partilha alguns de Seus atributos conosco, nos tornando assim, semelhantes a Ele.

Ao soprar o fôlego de vida em suas narinas, Deus também partilhou características Suas com a humanidade.

Dentre esses atributos, que são chamados pelo autor de “comunicáveis” — características que são plenas em Deus e às quais podemos ter mais acesso nessa vida terrena, mesmo que não completamente — os mentais/intelectuais ou a inteligência/conhecimento do Criador é um deles.

O conhecimento partilhado significa que o Senhor escolheu, ao nos criar, nos dar a capacidade mental de pensar, refletir, perceber subjetivamente e desenvolver ideais à partir dessas experiências. Ademais, Deus fez o homem com um corpo físico, mostrando que ele também tem a sua importância e que é através desse corpo que o ser criado poderá exercer as suas funções de trabalhar no jardim e procriar.

Diante disso, usar essas capacidades para desenvolver e aperfeiçoar a criação, ou seja, criar cultura, demonstra a semelhança com o Criador, que é infinitamente inteligente e onisciente. Outrossim, o próprio Deus provia para os primeiros humanos, demonstrando a importância do trabalho — e do descanso — na vida perfeita que havia no Éden.

À vista disso, podemos concluir que o propósito do trabalho era — e continua sendo — cuidar, orientar e estruturar a criação visando desenvolver uma cultura que glorifique a Deus e possibilite o progresso da humanidade (KELLER; ALSDORFT, 2020, p. 254). Portanto, o trabalho para Adão e Eva era “perfeitamente prazeroso e gratificante” (TRAEGER; GILBERT, 2016, p. 19). Não havia cansaço, preguiça ou tédio. Não havia o “suor do trabalho”. Não havia competição pelo mercado de trabalho. Não havia uma busca fútil para satisfação terrena ou comparação de posses. Não havia acumulação gananciosa. Não havia produção desenfreada e descuido com a natureza. Como disseram Traeger e Gilbert (2016, p. 19), “eles faziam tudo como um serviço para o próprio Senhor, em um relacionamento perfeito com Ele” e com a Sua criação.

Por fim, a raiz do latim da palavra “cultivo” também é a mesma da palavra “culto”. Adão e Eva foram criados para, com o seu esforço e dedicação, cuidarem do jardim e cultuarem a Deus por meio disso (ESTRADA, 2019). Nos primórdios da criação, o homem e a mulher não precisavam de uma religião formalizada, sacrifícios, altares, leis morais ou momentos de culto, devocional e oração. Eles estavam na presença do próprio Deus e tudo o que eles faziam era com o único propósito de honrar a Ele, inclusive ao nomear os animais, cuidar da natureza criada e em seu relacionamento conjugal.

O propósito do trabalho era — e continua sendo — cuidar, orientar e estruturar a criação visando desenvolver uma cultura que glorifique a Deus e possibilite o progresso da humanidade.

Não existia dicotomia entre o sagrado e o profano, ou entre as atividades espirituais e as terrenas, porque eles estavam cercados pela presença da Trindade e tudo era uma tarefa espiritual. Esse foi o plano de Deus: que não houvesse separação entre as áreas da vida humana, mas que absolutamente tudo fosse feito para Ele e para servir ao próximo, esse era o culto de Adão e Eva e deveria ser o nosso até os dias de hoje. Porém, quando eles, por um instante, colocaram a si mesmos como mais importantes que o Criador, todas as áreas de suas vidas foram afetadas, incluindo o trabalho.

HOMEM VS. TRABALHO

Quando Adão e Eva pecaram, as suas vidas foram afetadas em todos os sentidos, seja no seu relacionamento com Deus, um com o outro ou com a criação. Logo, as suas funções também sofrem consequências, incluindo o trabalho, o qual agora vai ser difícil. Não mais o homem simplesmente teria de cuidar, cultivar e administrar o jardim, mas teria que se esforçar para conseguir sustento. Não mais a terra será sua parceira, mas dela brotariam “espinhos e ervas daninhas” (Gênesis 3.17–19). Não mais o seu trabalho seria prazeroso, mas ele se frustraria. Não mais o seu ofício seria colher da abundância da providência do Senhor, mas agora ele teria que suar e sofrer para sobreviver. O ser que tinha sido criado para viver eternamente ao lado de Deus no jardim, agora cansaria e seu trabalho esgotaria o seu fôlego de vida (TRAEGER; GILBERT, 2016, p. 19).

A palavra “trabalho” vem do latim tripalium que era um instrumento de tortura utilizado para rasgar e esfiapar o trigo, o milho ou o linho (ALBORNOZ, 1994, p. 10). Na Grécia Antiga, os principais filósofos e pensadores acreditavam que o serviço braçal era impróprio para os homens mais intelectuais e renomados, que deveriam ter períodos de ócio e dedicar-se à filosofia e estudo de outras ciências (RIBEIRO; LÉDA, 2004). Podemos ver com esses exemplos que a ideia do trabalho foi vista ao longo da História como algo torturante, um peso que a humanidade carregava.

Porém, o que a Bíblia ensina é que, após a desobediência de Adão, o trabalho em si não é uma maldição, mas que há maldição sobre o trabalho (ESTRADA, 2019). Isso não significa que não existe possibilidade de deleitar-se no ofício de uma profissão ou de usar essa para glorificar a Deus como era no princípio, como será tratado no próximo tópico. O importante aqui é perceber que, desde Adão e Eva, o labor se tornou um serviço sofrido, uma esfera da vida humana na qual diversos pecados seriam desenvolvidos e expostos dentro do coração do homem e nas relações interpessoais dentro do trabalho.

Nesse sentido, entender o trabalho sobre uma perspectiva da que se faz importante para compreender que, enquanto estivermos nessa terra, ele sempre será acompanhado de dificuldade e frustração. O trabalho é acompanhado de cansaço. Enquanto antes o homem era eterno e não se desgastava, agora ele morrerá com o seu trabalho e ele lhe desgastará aos poucos. Hoje vemos que o trabalho é a maior fonte de cansaço burnout entre adultos jovens. Uma pesquisa feita nos Estados Unidos mostra que mais de 80% dos jovens entre 25 e 35 aos já sofreu ou sofre de burnout em sua carreira. Isso mostra que, apesar de ter sido planejado por Deus, como todas as relações, o trabalho é afetado e afeta diretamente a vida cotidiana dos seres humanos (ANDERER, 2020).

Aqui na terra, o trabalho será acompanhado de frustração, dificuldade e insatisfação.

O trabalho também é acompanhado de insatisfação. Depois da Revolução Industrial ficou aparente que o cenário e as exigências de ofícios estavam mudando. Cada vez mais os serviços foram se tornando mecanicistas e individualizados, acabando por tornar-se entediantes. Pesquisas mostram que, no Brasil, mais de metade das pessoas está insatisfeita com seu trabalho, com seu salário, com as condições de serviço ou com as oportunidades de emprego no mercado de trabalho (HERÉDIA, 2017; MANTOVANI, 2021).

O problema é que, desde muito novos, somos ensinados a termos satisfação e realização pessoal em nossas profissões. Deveríamos fazer apenas o que nos atrai e com o que nos identificamos, mas a realidade é que, de maneira geral, poucos realmente conseguem viver essa realidade, o que leva à frustração (CAMPOS JÚNIOR, 2020). Mas, ainda que insatisfação, frustração e cansaço sejam consequências da queda, existem dois extremos pecaminosos que são os mais perigosos (e comuns) em relação ao trabalho: a preguiça/indolência e a idolatria.

Os primeiros geralmente são associados a imobilidade ou ócio, ou seja, simplesmente não querer fazer o trabalho. Mas, para além disso, a preguiça se apresenta como uma indiferença ao serviço e acontece geralmente quando não há a realização pessoal a qual fomos ensinados a almejar. Não necessariamente se relaciona com a falta de produtividade, mas com a motivação por trás da produtividade, e existem diversas formas sutis de ser indolente, mesmo sendo ativo. Uma delas é ser medíocre e fazer o serviço de qualquer forma, sem zelo e cuidado, sem excelência, simplesmente para finalizar o que é proposto. Outra maneira, motivada pela ganância, é tratar o trabalho apenas como um meio para alcançar um fim, um mal necessário para sobreviver ou para suprir desejos egoístas. Ou ainda reclamar e desdenhar do trabalho por não ser algo “espiritual” ou algo pelo que somos apaixonados (TRAEGER; GILBERT, 2016, p. 46; HOTT, 2022).

A verdade é que essa negligência com o trabalho tem como fonte a “nossa falha em reconhecer os propósitos de Deus para nós no local de trabalho” (TRAEGER; GILBERT, 2016, p. 47). O preguiçoso ou indolente não quer se preocupar em fazer um trabalho para a glória de Deus, ele não almeja se especializar e conhecer melhor a sua função, o seu ofício para exercê-lo da melhor maneira possível. Ele pode até ir para o seu emprego todos os dias pensando no seu salário do fim do mês, mas não tem vontade de refletir sobre o que Deus quer ensinar por meio do trabalho, que pecados Ele quer tratar, que características Ele quer moldar para torna-lo à semelhança de Cristo.

Para essa pessoa, não importa passar anos em um emprego penoso porque ele já é conhecido e cômodo. Também pode ser que não seja grata pelo emprego que tem porque acredita não ser a sua vocação, mas não busca desenvolver o seu chamado. Como Traeger e Gilbert (2016, p. 48) concluem

“desalento, falta de alegria, reclamações, descontentamento, preguiça, passividade, querer agradar pessoas, pagar com a mesma moeda, buscar o caminho mais fácil, segundas-feiras tenebrosas — esses são os frutos de sermos indolentes em nosso trabalho.” (HOTT, 2022).

Em contrapartida, temos o outro extremo: a idolatria ao trabalho. Se por um lado temos alguém que não se identifica com o seu trabalho, aqui temos alguém que se identifica demais, a ponto de se perder dentro dele. O ser humano sempre foi, por natureza, idólatra. Deus nos fez assim. Sempre haverá algo que ocupará o maior nível de prioridade em nossas vidas e isso é bom, o Criador fez a humanidade dessa forma para que Ele ocupe essa posição de soberania e de único objeto de adoração do homem. No entanto, após a queda, o coração do ser humano passa a disputar a adoração com outras coisas que não mais o único Deus verdadeiro, mas outros deuses criados à nossa imagem e semelhança. Esse é o pecado da idolatria (TRAEGER; GILBERT, 2016, p. 31).

A idolatria relacionada ao trabalho, análoga à indolência, também não é necessariamente relacionada à produtividade, mas diz respeito à motivação para manter-se ativo. E é bom ser assim, Deus nos chama para sermos dedicados em tudo o que fizermos (Romanos 12.11). O problema aqui é quando o trabalho se torna um objeto de devoção, quando “ele se torna o objeto principal de nossa paixão, da nossa energia e do nosso amor” (TRAEGER; GILBERT, 2016, p. 33).

A adoração ao trabalho também é encontrada de maneira sutil. Não conseguir impor limites ao tempo de trabalho, seja em casa ou fora. Preocupar-se com as pendências ou demandas do serviço em excesso, mesmo em momentos de lazer. Não descansar. Não saber lidar com o desemprego. Prejudicar alguém ou mentir para conseguir cargos mais vantajosos. Inveja por outros conseguirem avançar em suas carreiras. Todas essas atitudes são demonstrações de uma pessoa que colocou toda a sua esperança e prazer no trabalho e todas elas são pecaminosas e comprovam, acima de tudo, que Deus não é mais o centro de sua vida (CAMPOS JÚNIOR, 2020; JORDAN RAYONOR, 2021; TRAEGER; GILBERT, 2016, p. 32).

Além do trabalho em si, o que ele pode oferecer também pode ser a fonte de motivação ou o próprio ídolo, especialmente o dinheiro. A Bíblia adverte enfaticamente que a ganância é um pecado grave, que pode levar o homem a se desviar do Senhor. Em Mateus 6, o autor deixa explícito que, geralmente, o homem sempre vai lutar para servir ou a Deus ou ao dinheiro (Mamom) e que ele nunca poderá servir aos dois. O coração humano sempre buscou adorar a algo e o dinheiro é um dos principais ídolos que está sujeito a usurpar o lugar de Deus em nossas vidas.

A passagem de Lucas 18, quando um jovem rico se recusa a vender tudo o que tem para seguir a Jesus, ilustra com precisão o que é considerar o dinheiro, o poder e o prestígio como um ídolo: é quando se deseja algo mais do que se deseja a Jesus (Mateus 6.19–24; Lucas 18.18–24; TRAEGER; GILBERT, 2016, p. 33).

Outro fator que pode determinar quando o trabalho se tornou um ídolo em nossos corações é quando tudo o que somos começa e termina com a nossa ocupação. O trabalho está atrelado à identidade e senso de propósito. A pessoa pode ser contador, carpinteiro, advogado, pedreiro ou fisioterapeuta. Na sociedade, desde sempre, o ofício está ligado à identidade.

O problema é que, quando a percepção de quem somos é baseada apenas nisso, perde-se a percepção de que se está nesta ou naquela profissão e, caso não venha a exercê-la, se instala uma crise de identidade. Não é mais o João, filho de Deus, mas o João, músico. Se João não for músico, quem é João? Da mesma forma, perder a percepção da finalidade do trabalho, como na indolência, o foco muda. Se o trabalho é o fim último, todo o restante da vida gira em torno dele e só faz sentido se há um emprego, mas não há a compreensão de como Deus quer usar esse emprego para a Sua glória (CAMPOS JÚNIOR, 2020; TRAEGER; GILBERT, 2016, p. 34).

Nesse ou naquele extremo, o trabalho depois da queda está permeado de pecado. Não dar a devida importância ou dar importância demais ao labor demonstram que não há uma compreensão correta sobre o propósito de se estar em um emprego. O cético é um egocêntrico que só se importa com as vantagens que o trabalho pode oferecer, não se importando em ser medíocre em seu serviço ou avarento com os seus espólios. O idealista se frustra e se desespera com a perda de um emprego, ou por não conseguir fazer o que realmente gostaria, ou por não conseguir aplicar o plano de carreira que sempre sonhou, e é capaz de tudo para alcançar os seus objetivos.

O autor de Eclesiastes afirma diversas vezes que o trabalho e seus frutos são inúteis, mera vaidade se vividos embaixo do sol. Buscar o trabalho como um fim em si mesmo é tolice. Deixar o trabalho tomar conta de todas as áreas da vida a ponto de não conseguir descansar a mente de tantas preocupações é absurdo. É bom se deleitar em seus frutos, mas trabalhar apenas para conseguir bens, para deixá-los para os filhos, que não trabalharam para consegui-los é loucura. Tratar os frutos do trabalho como o objetivo principal para qualquer serviço é vaidade. Tudo o que fazemos é inútil, se visto debaixo do sol, ou seja, fora da perspectiva de Deus e da realidade da eternidade (Eclesiastes 2).

INTEGRALIDADE

Diante dessa realidade caída, é possível entender porque a humanidade, ao longo dos séculos, começou a tratar o trabalho como a própria consequência do pecado. Como citado anteriormente, os pensadores gregos da Idade Antiga consideravam que o trabalho não era digno de homens intelectuais. Durante a Idade Média, com o surgimento dos monastérios, popularizou-se a premissa de que havia uma diferença entre trabalho feito para Deus, considerado sagrado, e o trabalho mundano, secular ou profano. Os padres, as freiras e os monges eram considerados trabalhadores do Reino, enquanto os nobres, os comerciantes e os serviçais deveriam se esforçar para conseguir a benção do Senhor, já que eles não trabalhavam exclusivamente para Ele e não tinham conhecimento sobre a Sua vontade. Fortalece-se então o conceito do Dualismo, que é essa separação, em todos os âmbitos da vida cotidiana, entre o que é considerado “santo” ou “espiritual” e o que é considerado “profano” ou “secular” (CAMPOS JÚNIOR, 2020; FORRESTER, 1953, p.42; GOMES, 2019, p. 29).

Essa ideia de dicotomia dentro da vida do cristão se perdura até hoje e muitos irmãos acreditam que trabalhar para a glória de Deus significa servir na igreja. É importante servir em uma comunidade local, mas infelizmente existe a mentalidade de que somente o pastor ou o missionário, os quais fazem o chamado “ministério de tempo integral”, são quem realmente dedicam as suas vidas para servir a Deus em sua vocação. Ou então que servir com os frutos do trabalho é dar dízimo e ofertas, ajudar em missões, etc. Ou que a alternativa mais coerente para um profissional cristão é trabalhar em — ou criar — uma empresa cristã, para que possa exercer a sua fé livremente. Ou ainda que a vida espiritual não é afetada pelo o que se faz no ambiente de trabalho do cristão. Todas essas mentalidades refletem o entendimento de alguém que não consegue perceber a mão de Deus em seu ofício, seja em um ambiente cristão ou não (CAMPOS JÚNIOR, 2020).

A Reforma Protestante foi um importante marco histórico para que essas concepções começassem a ser questionadas na era moderna. Lutero confrontou a prática dos monastérios católicos e defende que todas as profissões foram criadas por Deus e são usadas por Ele. A teologia luterana enfatiza que todo e qualquer trabalho é digno e que Deus cuida da humanidade através das profissões humanas, sendo assim “dedos” ou “máscaras” de Deus para servir ao próximo (KELLER; ALSDORFT, 2020, p. 246). Calvino corroborou essa ideia e acrescentou que exercer diligentemente a vocação a qual Deus chamou cada um é o sacrifício vivo de aroma agradável que Ele pede (CALVINO, 1949, p. 143).

Um dos maiores exemplos de integralidade na vida cotidiana na modernidade são os puritanos. Segundo Charles Taylor (1989, p. 223), os puritanos foram totalmente contra a cultura de sua época, onde os únicos cristãos “vocacionados” eram os que tinham ofícios monásticos, e integraram a vida espiritual à cotidiana. Todos os âmbitos da vida deles eram permeados de santidade e devoção a Deus, seja na família, no casamento, na igreja ou no trabalho.

William Perkins (1612–1637, p. 752) desenvolve que todo cristão tem um chamado “geral” — amar a Deus, ao próximo e fazer discípulos de todas as nações — mas também um “particular”, no qual cada indivíduo, por meio de seus dons, talentos, habilidades, conhecimento adquirido e experiências vividas pode exercer uma profissão, seja como pastor, governador, pai, mãe, médico ou faxineiro. O autor conclui que somente quando esses dois chamados são unidos o ser humano pode experimentar uma espiritualidade cristão plena.

Mas não foi somente a partir do século XIV que essas discussões foram levantadas. No livro de Ester, escrito mais de 300 anos a.C, durante o domínio do Império Persa sobre o povo judeu, Hadassa (aramaico) ou Ester (grego) é influenciada pelo seu primo, que também era judeu, a participar do harém do rei Xerxes, a fim de conseguir uma melhor oportunidade de vida. A partir das concubinas do harém, esse governante escolheria a sua próxima rainha, já que ele tinha deposto a sua antiga companheira por não lhe obedecer. O rei então escolhe Ester, que se torna rainha da Pérsia.

Porém durante toda essa trama, um conselheiro do rei começa um complô para exterminar os judeus que estavam sob o domínio persa. Nessa ocasião, Mardoqueu, o primo da rainha, pede a sua ajuda para que ela possa libertar o seu povo e diz a ela:

“Não pense que pelo fato de você estar no palácio do rei, você será a única entre os judeus que escapará, pois, se você ficar calada nesta hora, socorro e livramento surgirão de outra parte para os judeus, mas você e a família de seu pai morrerão. Quem sabe não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha?” (Ester 1–4).

A história de Ester é um exemplo intrigante de como Deus usa pessoas em determinadas posições para fazer a Sua vontade ao longo do tempo. Não há nenhuma citação do nome do Senhor neste livro, mas vemos que Deus coloca um primo que, fazendo a sua função de buscar o melhor para a sua sobrinha, mesmo que por meios imorais, ajuda ela a subir ao trono; e uma rainha cuja vida estaria em risco por tentar contrariar uma ordem do rei, mas que usa a sua posição e o seu ofício como esposa e rainha para abençoar a livrar todo o povo (Ester; CAMPOS JÚNIOR, 2022).

O exemplo de Ester demonstra como Deus age. Ele poderia alimentar, vestir, proteger, ensinar, cuidar e curar de todos os seres humanos diretamente se fosse da Sua vontade, mas Ele dá o privilégio aos homens de desenvolverem saberes e técnicas para que isso seja feito, fomentando então o surgimento dos ofícios e profissões dos agricultores, cozinheiros, costureiros, policiais, advogados, professores, pedagogos, pastores, médicos, enfermeiros e inúmeras outras profissões que visam o bem comum, como era a vontade de Deus no princípio (RIOS, 2022).

A maioria dos cristãos entende que ser um discípulo de Jesus no ambiente de trabalho é fazer um serviço excelente, e é. Ou que ser honesto, pontual e submisso demonstra a fé, e demonstra. Ou ainda que a melhor forma de se identificar como cristão é deixar uma Bíblia na mesa, fazer uma roda de oração, escutar músicas evangélicas e evangelizar os colegas de trabalho, e isso pode ajudar. Mas servir a Deus com o trabalho vai além disso. Todas essas coisas nada mais são do que uma dicotomia disfarçada.

O pastor Héber Campos Júnior (2020) ilustra que ao tentarmos encaixar atitudes cristãs ao nosso emprego é como se juntássemos duas peças de lego, que a qualquer momento podem ser separadas. Ainda há separação entre o espiritual e o terreno. Além disso, muitas pessoas conseguem ser éticas e excelentes em seus serviços, mesmo sendo descrentes no Senhor Jesus — e muitas vezes até melhor. Qual a diferença entre o cristão e o não cristão no trabalho então?

Antes de tudo, ser cristão significa que nós entendemos que somos pecadores e estávamos afastados da presença de Deus, mas que Jesus, Deus Filho, veio ao mundo como homem, morreu em uma cruz para pagar o preço pelos nossos pecados, ressuscitou a fim de que pudéssemos ter a vida eterna ao lado do Pai, ascendeu aos céus e voltará para redimir o seu povo. Tudo isso significa que aquele que crê nisso tem a sua vida transformada pelo Espírito Santo de Deus para continuar a vida terrena agora seguindo os passos de Cristo. Ser um seguidor de Cristo é deixar com que o evangelho permeie toda a vida, em todas as suas particularidades, como Traeger e Gilbert (2016, p. 59–60) mencionam:

“Ser cristão no local de trabalho significa que a verdade do evangelho deve agir em cada detalhe de nossa vida. Como crentes, queremos ver o mundo todo na luz do evangelho. Queremos experimentar como a vontade maravilhosa dessa boa nova clareará e iluminará todas as coisas — até mesmo os cantos resplandecentes de nosso dia de trabalho!” (2016, p. 59–60)

Mas quais as implicações práticas disso? Entender a nossa identidade em Cristo, como escravos do pecado que foram redimidos pelo sangue no madeiro e adotados como filhos de Deus, é o primeiro passo para combater os dois extremos pecaminosos relacionados aos trabalho: a idolatria e a indolência/preguiça.

A obra de Cristo é a única que pode satisfazer plenamente todas as áreas da vida terrena. Nada que o trabalho, o plano de carreira, o dinheiro, o prestígio ou o poder possam prometer jamais satisfará por completo a sede do ser humano de adorar a um senhor, O Senhor. Por meio da sua obra, Jesus já alcançou o maior significado e o maior prêmio que poderíamos almejar. Realização profissional nenhuma será capaz de competir com isso.

Ademais, se pertencemos a Cristo e, portanto, todas ramificações da nossa vida pertencem também a Ele, não temos o direito de sermos medíocres com as coisas confiadas por Ele, inclusive o trabalho. Kuyper (1998, p. 461) declarou que “não existe um único centímetro quadrado em toda a criação a respeito do qual Jesus Cristo não exclama: ‘Isso é meu! Isso pertence a mim’” e isso inclui a nós, ao nosso tempo, aos nosso bens, à nossa família e à nossa vida. Sob essa perspectiva, não há espaço para tratarmos os ofícios como sendo apenas meios para um fim, mas o próprio processo do trabalho já é uma dádiva de Deus (TRAEGER; GILBERT, 2016, p. 63).

Diante disso, já que a identidade do cristão está alicerçada na obra redentora de Cristo, uma mudança de mentalidade precisa acontecer. Primeiro, o crente não mais trabalha para si ou para o seu chefe, mas para o Senhor. O apóstolo Paulo orienta os escravos da igreja de Éfeso a obedecerem a seus senhores “com respeito e temor, com sinceridade de coração, como a Cristo” (Efésios 6.5). O apóstolo não está dizendo que o escravo deve lutar por uma condição melhor, pedir um salário, argumentar a favor de seus direitos ou se especializar para sair da condição de escravo (o que não é ilícito de maneira alguma, mas não é o foco). Ele argumenta que, na condição de escravo, sirva da melhor maneira possível, como se estivesse servindo ao próprio Deus. Isso exige uma mudança de postura, mesmo quando ninguém estiver vendo, de obedecer às ordens e respeitar os nossos superiores, porque o patrão a quem devemos lealdade última é o Senhor Jesus (CAMPOS, JÚNIOR, 2020; TRAEGER; GILBERT, 2016, p. 63).

Segundo, o nosso novo patrão designa uma tarefa extremamente importante: amar a Ele e aos outros. Essa é a ordem essencial na vida de todo e qualquer seguidor de Cristo. O serviço feito, em qualquer ambiente da sociedade, deve demonstrar amor a Deus e servir ao próximo. Isso não acontece apenas com ofertas e oração. Usar o trabalho para servir ao próximo é um fotógrafo procurar a melhor luz, ângulo e edição para capturar a beleza da criação de Deus e eternizar momentos históricos do agir dEle; é um policial zelar pela segurança e justiça do cidadãos e promover a paz; é um professor estimular seus alunos a contemplarem a glória de Deus em todas as áreas de conhecimento; é um fisioterapeuta empenhar-se para que seu paciente seja o mais independente possível; é um pastor cuidar, proteger e educar as suas ovelhas no caminho eterno (TRAEGER; GILBERT, 2016, p. 63; MIGUEL, 2022; RIOS, 2022; PACHECO, 2022).

Terceiro, o evangelho de Cristo possibilita uma mudança de confiança. Quando antes a segurança estava no trabalho, o qual se transformava em ídolo, agora confiamos que, com ou sem emprego e no emprego em que estivermos, nada sai do controle de Deus. Ele sempre tem um propósito para toda e qualquer situação e podemos confiar no resultado: para o bem (Romanos 8.28). Por fim, devemos buscar uma mudança da perspectiva de recompensa. Em Mateus 6, Jesus adverte para que não acumulemos tesouros na terra, mas confiemos que, quanto mais fizermos pelo Reino, mais acumularemos tesouros nos céus (Mateus 6.19; TRAEGER; GILBERT, 2016, p. 65).

Diante disso, podemos entender que Deus nos chama a ter uma vida integral. Ser cristão não é uma parte de nossa vida: é a nossa vida. Ser um discípulo de Cristo é refletir a Sua luz e agir como Ele agiria em toda e qualquer situação, não apenas com uma “capa” de evangélico, mas como um verdadeiro filho de Deus, essa é a nossa identidade. Não montar duas peças de lego, a do trabalho e a da vida espiritual, que podem ser desmontadas a qualquer momento, mas a fé no Senhor Jesus deve ser como um fermento, que influencia todos os ingredientes da massa e, da feita que é colocado, não tem mais como tirá-lo (CAMPOS JÚNIOR, 2020).

Voltando ao exemplo de Ester, ela não usou a sua posição para fazer uma reunião de oração com o rei ou para tentar apresentar o Deus de Israel para ele e convertê-lo ao judaísmo. Não, ela fez um banquete, aquilo que era próprio do seu ofício como rainha. Ela fez política com o rei e com o seu conselheiro. Isso é integrar os seus princípios à sua vida profissional. Mas ela era uma pecadora e cometeu erros durante a sua trajetória, fez coisas que eram contra a Lei Mosaica. Apesar disso, Deus usa Ester onde ela estava, no palácio persa, para livrar o Seu povo da perseguição e do massacre. Mas acima de tudo, a sua história aponta para Aquele que viria e que cumpriria perfeitamente a Sua vocação como redentor da humanidade. Sua história, como toda a Bíblia, aponta para Cristo (CAMPOS JÚNIOR, 2020).

Jesus foi o maior exemplo de obediência ao seu chamado. Em sua carta aos filipenses, Paulo aconselha esses irmãos a seguirem o exemplo de obediência de Cristo que “embora sendo Deus (…) esvaziou a si mesmo; assumiu a posição de escravo e nasceu como ser humano. (…) humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz.” Cristo se esvaziou de Sua glória, viveu como um de nós, porém sem pecado, foi tentado, humilhado, serviu a todos, foi traído e morto.

No entanto, fez tudo em obediência ao Pai, mesmo durante o Getsêmani, quando sofria por conta da dor que Ele sabia que teria que carregar, Ele fez a vontade de Deus. E qual é a vontade de Deus para nós? Essa é a pergunta que sempre se faz quando começa a pensar-se sobre vocação, qual profissão seguir, qual vestibular prestar. Sempre queremos que Deus nos diga exatamente o emprego que devemos ter, mas Ele nos pede para ir além do trivial. Essa a vontade de Deus: serviço. Onde estivermos, na condição que estivermos, no trabalho em que estivermos, devemos servir a Ele e aos outros, a exemplo de Cristo (Filipenses 2.5–8; Mateus 26.39).

“Ele, o criador do céu que em tudo põe a mão e chama como seu. Ele, que guarda em seu ser a glória do eterno, prescruta o fundo inferno. Ele, que chama pelo nome estrelas que se escondem e seres incontáveis vê. Se foi. Deixou o seu trono e se foi, se esvaziou e seu ser vestiu-se como um nós. Foi, foi mestre do saber e agora um simples ser repousa em sua mão. Chora, precisa e implora, tem fome e sente frio, se humilha no vazio de morrer. A mais terrível dor, de Deus se separou, tomou a sua cruz e expirou. Se foi (…). Exaltou, então o Pai o exaltou, louvor e glória, devoção a ele, a ele, somente a ele (…). Se foi. Deixou seu povo e se foi. Deixou seguro em seu ser, vestiu-nos como ele é. Somos o que ele é.” (TELLES, 2017).

CONCLUSÃO

À luz do que foi discutido, conclui-se que o trabalho foi criado por Deus no princípio da humanidade e que era o plano dEle que fosse usado para glorificar a Ele, servir ao próximo e desenvolver a criação. Porém, com a queda, o trabalho, como toda a vida humana, está permeado pelo pecado e pelas suas consequências. O trabalho e os seus frutos passam a competir a atenção de Deus no coração do homem, além de gerar cansaço e frustração, coisas que não existiam no Éden.

Dessa forma, muitos ao longo da história, inclusive cristãos, passaram a considerar o próprio pecado como uma maldição, algo que não poderia ser misturado com a vida espiritual e privada. No entanto, Deus continua querendo nos usar por meio dos ofícios. Cristo veio para redimir um mundo caído e mudar a perspectiva de seus discípulos sobre como agir em todas as áreas da vida, inclusive no trabalho. Como seguidores de Cristo, somos chamados a servir a Deus e aos outros, como se o fizéssemos ao próprio Senhor, assim como Jesus fez.

Essa mudança de mentalidade faz com que, além de simplesmente agir com ética, sermos excelentes, e evangelizarmos no emprego, façamos qualquer função como um chamado vindo do próprio Deus. Ele é o novo patrão, Ele nos ordena a servirmos aos outros com a profissão, Ele nos dá confiança de que estará conosco e que não devemos confiar no trabalho e em seus frutos, Ele nos promete que as recompensas de agir dessa forma não estão aqui, mas serão eternas.

 


Por Thaisa Paes, ex-aluna do STG.

*O conteúdo deste texto é de responsabilidade de seu(s) autor(es) e colaboradores diretos e não reflete necessariamente a posição do TeachBeyond Brasil ou de sua equipe ministerial.

 

 

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