Missões no Uruguai com a família Santos

Nossa entrevista com o Creuse e a Arite foi bem naqueles moldes da pandemia: por videochamada, com uma internet duvidosa, mas com aquela alegria de poder ver gente a distância — e poder aproximar os caminhos, viabilizar os encontros. Ter a oportunidade de ouvir pessoas mais experientes no ministério, que têm desenvolvido uma caminhada cristã fiel, é uma baita forma de aprender. Foi com esse pensamento que convidamos uma parte da família Santos para contar um pouco como tem sido essa época da vida deles de preparação para uma grande mudança ministerial (e cultural!).

Pega o chima para sentar nessa roda com a gente!

 


 

Muito obrigada por vocês terem aceitado o nosso convite! Podem se apresentar um pouco, para quem não conhece vocês?

Arite: Imagina! Sou Arite Júlia, esposa, mãe de dois, professora de Escola Bíblica. Também sou líder de um ministério de mulheres que prepara discipuladores.

Creuse: Eu sou o Creuse, pastor há quinze anos, professor de seminário, marido, pai do Noah, de 12 anos, e da Manuela, de 9 anos.

Queria que vocês nos contassem um pouco sobre a mudança ministerial da sua família nessa nova fase: primeiramente, por que o Uruguai?

Arite: Bom, essa nunca foi uma oração nossa. Não foi algo que tínhamos planejado…O Creuse foi convidado pelo Arthur (Arthur Lupion, missionário do TeachBeyond Uruguai) para ministrar na conferência de família e jovens e durante essa ida, ele o convidou para orar para ir para o Uruguai como missionário. Isso em 2021.

Creuse: Sim. Nós começamos a orar por isso. A Arite concordou pela necessidade do Uruguai; vendo o tamanho da necessidade do evangelho, um país muito fechado, muito secularizado, com altos índices de suicídio, enfim, foi assim.

Como foi o processo de dizer “sim” àquilo que Deus estava indicando?

Arite: Tem uma resposta longa e uma resposta curta! A longa é que muito antes desse convite acontecer, o Creuse falava: “acho que a gente vai embora do Brasil” e eu pensava: “tu és louco!”, não era algo que a gente queria. E isso porque a gente acredita que o ministério eficaz é de longo prazo: o ensino demora, o investimento em vidas é algo que demora. Recebemos convites de outros lugares e de outras igrejas, mas sempre achávamos que deveríamos continuar fazendo aquilo que Deus tinha nos entregado. Antes do convite do Arthur, o Creuse chegou a falar que achava que o tempo dele em Barueri (Primeira Igreja Batista de Barueri) já estava terminando. Eu ficava quietinha, mas dizia para Deus que se fosse para sair de onde nós estávamos, que fosse algo que fizesse sentido de acordo com aquilo que nós acreditamos em termos ministeriais, como o fortalecimento de liderança, fortalecimento dos pastores…de acordo com aquilo que nós temos desenvolvido ministerialmente.

Creuse: Nós também passamos pelas crianças. Entendemos que não iríamos se eles não quisessem ir. Falamos bem abertamente sobre as dificuldades que eles iriam enfrentar e sobre as diferenças. Falamos sobre língua, adaptação, escola, amigos, bullying. A Manu foi tranquila, mas o Noah, que é muito de pessoas, chorou muito com medo de perder os amigos, mas depois de uma viagem de sondagem do Uruguai, que fizemos como família, ele ficou bem com a ideia. O último processo foi com a nossa igreja: tivemos o tempo de reuniões em que explicamos tudo o que estava acontecendo e pedimos uma resposta da nossa congregação. Queríamos paz da igreja quanto ao assunto e uma concordância unânime e foi isso que aconteceu.

Nesse movimento migratório de país, de missão e de atuação ministerial, o que mais assusta vocês nessa etapa?

Arite: Tudo!

Creuse: A parte financeira. É a primeira vez que nós vamos depender de sustento ministerial que não venha de uma única fonte, como é o caso da igreja. É a primeira vez que passamos pelo processo de levantamento de sustento, de falar com parceiros e explicar as necessidades.

Como vocês veem as diferentes atuações de pastor e de missionário nesse atual momento do ministério? Como vocês têm se preparado para essa nova dinâmica?

Creuse: Bom, gosto da ideia de trabalhar com mentoria de pastores, com um seminário, de recomeçar do zero. Essa mudança nunca fez parte do nosso projeto ministerial, mas sempre foi algo presente nas nossas vidas: nós sempre nos envolvemos muito com missões pastoreando missionários e através da igreja, mobilizando, então era algo que estava continuamente no nosso radar.

Arite: Sim! O Creuse foi pastor de igreja, mas também já se envolvia com o seminário, então é uma questão de aprofundar algo que já existe. Já eu…não sei o que vou fazer! (Rindo)

Creuse: Ela já tem agenda com o Arthur e eu não! (Rindo) O tema do mestrado dela foi discipulado, então já está envolvida em ações relacionadas a isso no Uruguai.

Pensando agora em um âmbito mais geral, que conselhos você daria ao seu “eu” de anos atrás, entrando no ministério logo após os anos de seminário?

Arite: Diria para observar melhor as pessoas. Mas não quero parecer ressentida sobre os relacionamentos, é mais em um tom de cautela. Às vezes, as pessoas dão sinais que você não leva em consideração e quando as coisas acontecem, você percebe que não olhou a mensagem. Às vezes, você espera muito das pessoas, mas porque não observou o suficiente. Ser mais cautelosa nesse sentido me pouparia bastante sofrimento.

Creuse: Não seja afoito! Ministério não se faz com velocidade. Errei muito porque queria coisas muito rápidas, mas a igreja não é assim, ela é muito lenta. Pessoas mudam muito devagar! Também diria: nunca saia do seminário para pastorear uma igreja sozinho. Seja auxiliar de alguém, aprenda com essa pessoa. Quando já estiver como responsável por algum ministério, não esteja sozinho! Uma equipe é fundamental.

O que você gostaria de fazer, ou fazer mais, durante os anos que Deus tiver daqui para frente?

Creuse: Treinar novos líderes! Sou apaixonado por isso e por pensar como tem que ser os pastores daqui para frente, nos novos contextos. Gostaria de começar uma igreja do zero, embora não saiba se isso vai acontecer, mas não necessariamente eu fazendo, e isso através da preparação dessa nova geração de pastores, trabalhando com uma mentoria de plantação de igrejas.

Arite: Eu amo teologia! Amo trabalhar com mulheres! Então gostaria de ajudá-las nesse sentido, independentemente se serão líderes ou se estarão no ministério. Quero ajudá-las a serem como pessoas o que Deus quer que elas sejam, trabalhando com o que for.

Continuamos a conversar ainda um pouco falando sobre o que eles têm pensado para o Uruguai e como vai ser o envolvimento com o TeachBeyond Uruguai. Foi um prazer ouvi-los um pouco durante o processo, em que algumas coisas estão certas e outras estão a caminho. Eles, assim como outras famílias que temos a oportunidade de ouvir, confiam no que Deus tem designado e sabem que estão seguros nEle. Até a próxima conversa!


*Entrevista concedida dia 25/08/2022, às 16:30.

Encontre os entrevistados em: @creuse_santos e @aritejulia.

Entrevistadora: Joyce Melo;

Revisora: Luiza Zagonel.

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